Quando uma superfície de aço-carbono é aquecida a alta temperatura e exposta ao ar forma-se uma camada cinza escura azulada de óxidos de ferro, chamada de carepa. A carepa é uma camada dura, lisa e bem aderida, que pode ter espessuras entre 15 e 500 µm. Com a ação do sol, a chuva e o calor esta capa se trinca e quando ocorre corrosão do aço a ferrugem expulsa a carepa. Devido a esta possibilidade de remoção natural da carepa é conveniente retirar a totalidade desta capa antes da pintura, para evitar problemas de aderência futuros. Também é conveniente retirar qualquer foco de ferrugem ou corrosão.
Para remoção destes materiais podem ser utilizadas ferramentas manuais ou mecânicas ou utilizar equipamentos de jateamento. As ferramentas manuais podem ser: escovas, raspadores, lixas ou palhas de aço, que permitem retirar a ferrugem, mas não retiram as carepas. As ferramentas mecânicas são: escovas rotativas elétricas ou a ar comprimido, lixadeiras e pistolas de agulha. O jateamento ou jato abrasivo é realizado por médio de equipamentos que atiram partículas contra a superfície, por meio de um jato de ar comprimido muito forte, capaz de arrancar ferrugem, carepa ou tintas velhas. Além de limpar o jato provoca uma rugosidade na superfície que ajuda na aderência das tintas.
Os contaminantes mais comuns das superfícies que devem ser retirados antes da pintura são: pó, ferrugem de cor marrom, óleos e graxas, ou sais de cloreto de sódio no ambiente marítimo ou proveniente da poluição do ar em ambientes industriais. Todos eles podem prejudicar a aderência das tintas ou causar bolhas, corrosão e outros defeitos. Annetta recomenda o uso de limpadores desengordurantes como AFFACLEAN WB para remover qualquer oleosidade ou o uso de AFFAPOL em caso de necessidade de uma limpeza mais leve.
Uma vez preparada a superfície pode se proceder à pintura. Na pintura de superfícies metálicas existem muitas situações diferentes. Em primeiro lugar devemos observar qual é o tipo de metal que temos que pintar: ferroso ou não ferroso, ou seja, se é um substrato de ferro ou aço comum ou é uma superfície de aço galvanizado, cobre, alumínio, etc. As superfícies ferrosas apresentam muito maior facilidade para oxidar em contato com oxigênio e os produtos desta oxidação são mais notórios. Por outro lado nos substratos não ferrosos as tintas são mais difíceis de aderir.
Na pintura de ferro ou aço comum recomendamos inicialmente o uso de AFFAFOS, líquido desoxidante e fosfatizante, que cria uma camada cinza de fosfato que ajuda a evitar a formação de corrosão e promove a aderência do sistema de pintura que será aplicado.
Na próxima etapa, começando o esquema de pintura, deve se aplicar um fundo ou primer que protege ao metal da corrosão. Essa proteção é brindada por uma formulação que contém pigmentos com propriedades anticorrosivas ou mediante resinas que não dão facilidade à entrada de umidade ou ataques químicos até o substrato, por suas propriedades de impermeabilidade ou de resistência a solventes ou a produtos químicos. Posteriormente deve ser aplicado um acabamento que pode apresentar propriedades de resistência similares à tinta de fundo ou uma proteção por camada, e ademais deve brindar um aspecto decorativo por ser a tinta que estará à vista do usuário. A eleição do esquema de pintura depende das exigências de uso e resistência requeridas. Na pintura de superfícies metálicas não ferrosas deve se aplicar um fundo aderente a esse tipo de superfícies antes de aplicar o acabamento escolhido, ou aplicar uma tinta de acabamento que tenha a propriedade de aderir sobre este tipo de material.